Paris (EFE).- A cantora e modelo Carla Bruni está sendo interrogada nesta quinta-feira como suspeita em uma das investigações abertas pela Justiça da França contra o seu marido, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, segundo informou a imprensa local.
Bruni está nas instalações do Gabinete Anticorrupção, em Nanterre, nos arredores de Paris, onde compareceu pela segunda vez para depor neste caso, após ter prestado depoimento em junho de 2023.
A ex-primeira-dama aparece no chamado “caso Takieddine”, em referência ao intermediário de armas que acusou Sarkozy de ter recebido financiamento do regime líbio de Muammar Gaddafi para sua campanha presidencial de 2007, que o levou ao Palácio do Eliseu.
Especificamente, Bruni está sendo questionada dentro de uma investigação derivada desse caso, segundo a qual colaboradores de Sarkozy tentaram silenciar este obscuro intermediário, que mudou seu depoimento em várias ocasiões.
O próprio Sarkozy é acusado desde outubro do ano ado de tentar influenciar uma testemunha e de associação criminosa para preparar uma fraude em um grupo organizado.
Junto com ele e sua esposa, estão acusadas outras nove pessoas, suspeitas de terem tentado influenciar o depoimento de Ziad Takieddine para que este não acusasse o ex-presidente.
Este intermediário, que se encontra foragido no Líbano para escapar das acusações relativas a um caso de venda de armas ao Paquistão, acusou Sarkozy inicialmente de ter recebido dinheiro de Gaddafi.
Em 2020, Takieddine retratou-se em uma entrevista publicada na França, mas como suas palavras não tiveram eco suficiente, um grupo de intermediários tentou ir ao Líbano para obter uma declaração notarial que absolvesse o ex-presidente.
Desta operação participou uma celebridade da imprensa de fofocas, “Mimi” Marchand, amiga pessoal de Bruni, que os investigadores suspeitam que poderia tê-la ajudado nessa questão.
Além disso, os investigadores consideram suspeito que a ex-primeira-dama tenha apagado todas as mensagens que trocou com Marchand depois de ter sido acusada no caso.
Sarkozy deve comparecer perante juízes no início de 2025 por supostamente financiar sua campanha de 2007 com dinheiro de Gaddafi, cerca de 608 mil euros, segundo os investigadores.
O ex-presidente já foi condenado pelo financiamento ilícito de sua campanha de 2012 a seis meses de prisão, metade da pena que lhe tinha sido imposta por um caso de tráfico de influência quando deixou o Eliseu; sentenças que foram suspensas enquanto se aguarda o parecer do Supremo Tribunal. EFE