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Irlanda multa TikTok em US$ 530 milhões por envio de dados pessoais da Europa para a China

Dublin (EFE).- A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC, na sigla em inglês) informou nesta sexta-feira que impôs uma multa de 530 milhões de euros ao TikTok pela transferência de dados pessoais de usuários da Europa para a China.

A DPC, principal regulador do setor na União Europeia (UE), disse hoje que a plataforma de vídeo forneceu informações incorretas durante esta investigação, insistindo que não armazenou dados europeus em servidores na China.

A comissão iniciou esta investigação em setembro de 2021 para examinar a legalidade das transferências de dados pessoais de usuários de plataformas no Espaço Econômico Europeu (EEE) para a China.

Em suas conclusões, a DPC determinou que o TikTok violou os regulamentos da UE incluídos no Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR).

De acordo com a investigação, a plataforma não conseguiu “verificar, garantir ou demonstrar” que os dados pessoais dos usuários na Europa, ados ​​remotamente da China, recebiam o mesmo nível de proteção equivalente ao fornecido na UE.

Consequentemente, além de impor uma multa, a DPC ordenou que a empresa de tecnologia chinesa adapte seus sistemas de processamento de dados às regulamentações da UE dentro de seis meses.

Se não cumprir esse cronograma, o TikTok, que anunciou que vai recorrer da decisão, deverá suspender todas as transferências de dados para a China, acrescentou a comissão.

O vice-comissário da DPC, Graham Doyle, explicou que a falta das “avaliações necessárias” levou o TikTok a não abordar o “possível o das autoridades chinesas” aos dados pessoais do EEE, de acordo com as leis antiterrorismo, contrainteligência e outras leis do país, que “diferem substancialmente das regras da UE”.

Doyle enfatizou que o regulador irlandês “está levando os eventos recentes muito a sério” em relação ao armazenamento de dados de usuários europeus em servidores na China.

“Embora o TikTok tenha informado a DPC que os dados foram excluídos, estamos considerando quais outras medidas regulatórias podem ser tomadas, em consulta com nossas autoridades de proteção de dados homólogas da UE”, acrescentou o comissário. EFE